Fonte: EBC / COI

A Rússia intensificou suas críticas ao presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, nesta semana, acusando-o de agir de forma contrária aos princípios fundamentais do movimento olímpico. Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em sua entrevista semanal, acusou Bach de desacreditar o esporte internacional.

A controvérsia surge após uma conversa em que Bach, enganado por comediantes russos que se passavam por um dirigente esportivo africano, revelou que o COI solicitou à Ucrânia informações sobre atletas e dirigentes russos. O objetivo declarado era monitorar e possivelmente restringir a participação de indivíduos que expressaram apoio público ao governo russo nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Zakharova classificou essa ação como uma “conspiração” entre o COI e a Ucrânia para excluir deliberadamente atletas russos de destaque dos jogos. Ela enfatizou a necessidade de uma investigação aprofundada sobre as ações de Bach, alegando que elas comprometem a integridade do movimento olímpico.

As tensões entre a Rússia e o COI já estavam elevadas devido às restrições impostas aos atletas russos e bielorrussos para os próximos Jogos Olímpicos. Estes atletas competirão sob uma bandeira neutra, sem direito a ter seus hinos nacionais tocados, e estarão ausentes do desfile de abertura. Esta decisão segue a proibição inicial da participação internacional russa e bielorrussa após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, um movimento que Moscou descreve como uma “operação militar especial”.

Em um desenvolvimento relacionado, Bach também mencionou uma suposta gratidão pela ajuda em restringir a participação africana nos Jogos da Amizade, um evento que a Rússia planeja sediar. O COI, no mês passado, criticou os planos da Rússia de organizar eventos esportivos que considera ter motivações políticas, afirmando que eles violam os princípios da Carta Olímpica.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, expressou na quarta-feira (3) que as atitudes de Bach em relação aos eventos esportivos internacionais planejados pela Rússia são “inaceitáveis”, acusando o COI de prejudicar o movimento olímpico ao envolver-se politicamente.

A situação atual destaca o crescente abismo entre a Rússia e o COI, evidenciando o desafio contínuo de manter a neutralidade política no esporte internacional em meio a conflitos geopolíticos significativos.

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